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MORCHELLA RUFOBRUNNEA

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PARÂMETROS DE CULTIVO

 

Colonização

Temperatura: 19-22ºC

Umidade relativa: 95-100%

Duração: 15 a 30 dias

CO²: <10000ppm

Trocas de ar: 0-1 por hora

Iluminação: Não

Indução da frutificação

Temperatura: 18-21ºC 

Umidade relativa: 95-100%

Duração: 14 dias

CO²: <1000ppm

Trocas de ar: 1-2 por hora

Iluminação: Não 

Desenvolvimento dos cogumelos

Temperatura: 21-23ºC 

Umidade relativa: 95%

Duração: 5 a 8 dias

CO²: <900ppm

Trocas de ar: 6-8 por hora

Iluminação: 500-2000 lux 

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Os cogumelos do gênero Morchella são muito apreciados em alguns países da Europa. Na natureza, apresentam-se camuflados na serapilheira, aparecendo somente uma determinada época do ano e em locais específicos. Encontrar Morchelas na natureza desafia até os mais experientes caçadores de cogumelos. Uma vez encontrado, os locais de surgimento das Morchelas são guardados a sete chaves pelas famílias de caçadores de cogumelos. No hemisfério norte esses cogumelos aparecem de abril a junho, e são frequentemente encontrados em pomares de macieiras, na base de diversas árvores encontradas nessa região, em solo arenoso com cascalho, em cascas de árvores usadas em paisagismo, em trilhas feitas por tratores para abrir caminho na floresta, em locais de mata que pegaram fogo, etc. O fogo elimina os micro-organismos competidores, diminui a concentração de carbono e nitrogênio e aumenta os níveis de cálcio, potássio e sais minerais. Na primavera de 1989, depois de um grande incêndio no parque de Yellowstone no verão anterior, surgiram diversos focos de nascimento de Morchellas. Alguns dos maiores cogumelos desse gênero foram encontrados um ano apõs a grande erupção do Monte Santa Helena.

Ciclo de vida

Os esporos dos cogumelos Morchella germinam rápido e o micélio pode percorrer até 10 centímetros por dia, podendo colonizar um território enorme em pouco tempo. Diferentes dos outros cogumelos tratados aqui no nosso site, que pertencem ao grupo dos Basidiomicetos, as Morchellas são, na verdade, Ascomicetos, uma outra categoria dentro do Reino Fungi. Quando o micélio sofre algum tipo de mudança ambiental, como um incêndio na mata acima dele, formam-se estruturas chamadas esclerótias. Entender esse processo é fundamental para o cultivo das Morchellas. A esclerótia é uma região densa de massa celular que surge no interior do bolo de micélio, formando uma bola que lembra uma noz. Elas representam uma reserva de nutrientes e também uma forma de preservação perante condições ambientais desfavoráveis, permitindo que a espécie sobreviva a épocas mais secas do ano. Elas podem desidratar completamente e quando as condições ambientais se tornam favoráveis novamente as células reidratam e voltam a crescer normalmente, produzindo cogumelos ou formando uma nova rede micelial. Muitas espécies de cogumelos produzem esclerótias, como por exemplo Agrocybe arvalis, Collybia tuberosa, Conocybe cyanopus, Hypholoma tuberosum, Polyporus tuberaster, Polyporus umbellatus, Pleurotus tuberregium, Poria cocos, Psilocybe mexicana, Psilocybe tampanensis e muitos outras espécies. As espécies que produzem esclerótias são espécies que habitam o solo. As esclerótias podem ter características diferentes, dependendo da espécie. Podem ser pegajosas ou ásperas, pequenas como uma noz ou grandes como uma bola de tênis, densas ou leves, brancas, alaranjadas ou escuras. Algumas espécies produzem dezenas de esclerótias por metro quadrado, outras espécies podem produzir poucas unidades.

O cultivo de Morchella em estufas só foi bem sucedido em 1982, e a descoberta foi acidental. Existem alguns métodos utilizados para o cultivo em estufas e também para a inoculação e cultivo de locais na mata. 

Método de cultivo

Para cultivar essa espécie de cogumelo o cultivador precisa fazer "semente" em grãos de cereais utilizando a nossa cultura líquida. Para aprender a fazer "semente" de cogumelo CLIQUE AQUI. Quando as colônias tiverem o tamanho de uma moeda de 1 real, deve-se agitar o frasco para espalhar o micélio e acelerar a colonização. Os frascos devem ser incubados em uma temperatura de 20 a 22'C, sem luminosidade por aproximadamente 4 a 6 semanas. Em aproximadamente 20 dias é possível ver pequenas aglomerações de micélio se formando (esclerótias). Depois que as esclerótias se tornam visíveis nos frascos, a "semente" deve ser misturada ao substrato de frutificação. Esse substrato é composto por 20% de areia, 30% de terra preta, 20% de serragem grossa, 10% de casca de arroz, 10% de húmus, 5% de farelo de soja e 5% de esfagno ou pó de fibra de coco. Além disso, esse substrato deve ter o pH corrigido usando carbonato de cálcio para que fique próximo de 7,3, umidade em torno de 65%. Antes de misturar a "semente" no substrato, é necessário esterilizá-lo. Após esfriar misture o substrato com a "semente" e coloque a mistura em uma bandeja limpa, fazendo uma camada de aproximadamente 6 cm de profundidade. Incube a bandeja em uma temperatura de 18 a 22'C por 4 a 6 semanas em um local escuro. Durante esse período mantenha a umidade em torno de 90 a 100%, concentração de CO2 em torno de 6000 a 9000 ppm. Após 4 a 6 semanas o substrato estará coberto com esclerótias. Essas esclerótias mais densas são a chave do sucesso no cultivo da Morchela. Elas são as responsáveis pelo nascimento dos cogumelos. A "semente" que não for usada pode ser armazenada sob refrigeração (4'C) por mais de um ano. Depois que o substrato colonizar totalmente a bandeja, ela deve ser colocada na geladeira em uma temperatura de 4'C por duas semanas. Após esse período remova a bandeja do refrigerador e coloque na sala de frutificação. Lentamente sature a bandeja com água num período de 12 a 16 horas, borrifando água esterilizada a cada duas horas horas. Após saturar totalmente, deixe o substrato drenar completamente por 24 h para que ele perca o excesso de água. Essa espécie se beneficia de uma camada de superfície de aproximadamente 2 cm. Após aplicada a camada, aguarde 7 a 10 dias para o micélio colonizar a camada. A temperatura da estufa deve ser de aproximadamente 18 a 21'C. Durante esse período faça duas trocas de ar por hora, mantendo o ambiente escuro. Os cogumelos irão se formar depois de 3 a 7 dias. A umidade correta nesse substrato deve ser de 60% e a umidade do ar 95%. Durante o período de frutificação deverá ser feita 6 a 8 trocas de ar por hora. Também é necessário um ciclo de luz de 12 h por dia e uma concentração de CO2 menor que 900 ppm. 

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